A propósito da Regionalização, recordamos aqui a luta dos madeirenses por um porto 

Citações (retiradas de vários estudos do Centro de Estudos de História do Atlântico)

Um exemplo mais a provar o tratamento de tipo colonial nas aplicações financeiras do estado na região está na forma como se procedia ao lançamento de infra-estruturas imprescindíveis para o desenvolvimento da ilha. Estão neste caso as obras do porto do Funchal e as obras no sentido da valorização dos aproveitamentos hidro-agrícolas e eléctricos. Para o primeiro foi criada em 1913 a Junta Autónoma das Obras do Porto Funchal com o objectivo de coordenar as referidas obras e conseguir os meios financeiros necessários, para isso foi-lhe atribuído o direito de arrecadação do imposto sobre o tabaco. As obras entre 1931 e 1933 custaram 5.353.000 escudos, enquanto as receitas do imposto entre 1923 e 1932 foram de 25.123.841 escudos, isto é, os gastos foram de apenas de 21%. Por outro lado, as obras contribuíram para o incremento do movimento do porto, com repercussão directa nas receitas da alfândega que a partir de 1927 quadruplicaram.”

In Alberto Vieira, “A Autonomia e o Deve e haver das Finanças da Madeira”, pág. 18, 24 de março de 2000

 

O porto foi durante séculos o eterno problema da Madeira, constituindo uma das reivindicações mais pertinentes e persistentes dos madeirenses que viam os navios fugirem para Canárias, desviando para lá uma importantíssima fonte de receitas que se cá ficassem poderiam contribuir para minorar as suas dificuldades ancestrais. Os navios aqui não tinham onde atracar e frequentemente faltavam os óleos necessários à navegação.”

 EmanueL Janes/CEHA

 

“Durante largos anos a Madeira foi despojada da quase totalidade dos seus rendimentos enviando milhares de contos, e não recebendo o mais insignificante melhoramento. Aquele povo bondoso e trabalhador foi objecto da mais torpe exploração. Assim, privado de escolas, sem estradas, sem águas de irrigação, sem a menor comodidade, tem arrastado uma vida miserável de trabalho e sacrifício. Sem orientação, sem plano, sem a menor provisão a economia da Madeira foi abandonada aos acasos da sorte(...) e não há solo mais produtivo nem produtos mais preciosos, nem terra mais linda, nem clima mais benigno; tudo quanto dependia da natureza ali está na sua expressão mais sublime; todo o mal que ali existe é só obra de homens.”

 

Visconde da Ribeira Brava, in O Liberal, 5 de Junho de 1913

 

“A Madeira, Senhores, he uma fonte de riqueza para Portugal. Em todos os tempos tem contribuído com avultadas sommas para as precisões do Estado.”

 

1827: Deputado Manuel Caetano Pimenta de Aguiar  

“Sabemos que fazemos parte do reino de Portugal, única e exclusivamente para quinhoarnos nos encargos que se renovam ou baptizam com nomes diferentes, mas que sempre se acrescentam. Para os benefícios, para melhoramentos materiais é o mesmo que não existirmos. Somos filhos espurios.” 

VIEIRA, Manuel José (1883), Discurso Pronunciado na Câmara dos Senhores Deputados, Funchal,. 

 

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