“A verdade é que a ilha tem um impacto enorme. É também um universo onírico... Acho que isso ajudou a refazer a vida, sem olhar demasiado para o que se perdeu. A dimensão de insularidade é muito forte, a relação com os elementos, com o mar. A paisagem da Madeira é muito intensa, as montanhas, a beleza da terra... É uma coisa da qual nunca mais nos livramos. A ilha não é o lugar do crescimento, mas sim da exposição radical ao mundo. Aliás, a história da Madeira remete para isso. É um porto, lugar de visita, de passagem, onde a presença do estrangeiro se confunde com a essência da terra.

A descrição dos sítios mais espetaculares da ilha foi feita por estrangeiros, no século XVIII. A própria terra é mudada no olhar do outro e isso faz que a experiência da Madeira seja, de facto, uma experiência de universalidade. O Ferreira de Castro dizia que um café do Funchal era a esquina do mundo. A ciência do mundo está ali presente, também nos limites óbvios que uma experiência de insularidade tem.”

Entrevista a Catarina Carvalho, In DN Revistas, 28-12-2011

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