João Gouveia quis voltar a pisar a “Sagres” na sua terra natal, na Madeira, para ver se a emoção era a mesma que o assaltou naquele dia, 4 de julho de 1986. Estava há seis anos nos EUA, a trabalhar no Consulado Geral de Portugal em Newark, no Estado de Nova Jersey. Ronald Reagan era Presidente e a “Sagres” participava num festival náutico, no âmbito das comemorações da Independência dos Estados Unidos, em Nova Iorque.

“Quando entrei na Sagres era eu que entrava em Portugal...e Portugal que entrava em mim!... É um sentimento tão intenso e tão autêntico, que não creio existirem palavras que o possam descrever na sua profundidade! Fiquei todo arrepiado, com o coração a bater mais rápido e uma alegria interior imensa!”

Agora, depois de 36 anos nos Estados Unidos, ao serviço do Consulado Geral de Portugal, em Newark, onde tinha as funções de Chanceler, aposentou-se antecipadamente, e regressou à Madeira, sua terra natal, tal como dos falecidos pais.

Assim que soube da escala da “Sagres” no Funchal, fez questão de lá voltar, pois “é quase um imperativo de afirmação e necessidade patriótica. Sentimo-nos mais Portugueses quando lá estamos!... Desta vez, foi uma emoção duplamente forte: por a visitar na minha terra natal, e por recordar quando a visitei por duas vezes distintas, em Nova Iorque!...”

 A portugalidade é mais intensamente vivida no estrangeiro. São muitos os emigrantes que o dizem. João Gouveia confirma: “Sem a mínima dúvida! E sentimos em todas as suas vertentes, momentos e símbolos! Lembro-me bem, por exemplo, de ter presenciado vários portugueses e até luso-descendentes, com lágrimas nos olhos, quando estavam a bordo da Sagres!”

O navio-escola da Marinha Portuguesa iniciou no fim de abril, uma viagem de quatro meses e meio, cuja primeira escala foi na Madeira. Primeiro, fundeou em Porto Santo e de 1 a 3 de maio acostou no cais norte do Porto do Funchal.

Muitos quiseram ver de perto, a imponência e beleza deste veleiro que tem representado Portugal pelo mundo.

João Gouveia testemunhou as opiniões de muitos americanos: “Todos salientaram a beleza e imponência do barco, e a simpatia e hospitalidade da sua tripulação. Vi muita gente, estrangeiros e portugueses, a comprar "posters" que se vendiam no cais de NY, onde estavam muitos dos veleiros que participaram nesse festival, no rio Hudson, especialmente por causa de nele estar a "Sagres", que se distinguia, por causa da cruz de Cristo nas velas todas abertas. Eu próprio comprei um...que ainda hoje tenho na minha casa nos EUA!”

A “Sagres” saiu do Porto do Funchal, na manhã do passado dia 3, com muita gente a assistir à imponência de um dos mais belos símbolos do país. A bordo, seguem algumas caixas de Vinho Madeira para fazerem parte dos festejos oficiais do Dia de Portugal nos EUA, o país que celebrou a sua independência a 4 de julho de 1776, precisamente com brinde deste vinho.

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