Tinham apenas 18 e 19 anos e naquele dia 1 de fevereiro de 1980 entraram na então Direção Regional dos Portos, situada na Avenida Arriaga, ficando essa data como a da entrada no quadro.

Judite Aguiar, aos 19 anos, já conhecia a casa, pois um mês antes, tinha começado a fazer limpeza nos escritórios dos portos, às 17h30, quando os funcionários saíam. Nessa altura como agora, agarravam-se as oportunidades! E a limpeza foi um início! Mas os anos 80 foram anos de expansão, tudo ou quase tudo estava por fazer, era necessário admitir gente para trabalhar. Muita gente começou a trabalhar nos portos na década de 80. Lembra que “o ambiente era bom, era tudo gente na sua maioria, jovem! Trabalhava-se muito, havia responsabilidade, mas também nos divertíamos muito.”

Foi na Tesouraria que Judite Aguiar ocupou a vaga que então abriu. “Podia ter ido para uma companhia de seguros ou para a Caixa Económica que veio a dar origem ao Banif. Optei pelo governo regional, pois na altura, achei que era mais seguro”, diz com serenidade, lembrando uma época em que o mercado de trabalho fornecia não só emprego como alternativas.

Helena Matos, um ano mais nova, foi integrada no Serviço de Expediente da Direção Regional dos Portos. “Lembro-me de ter sido muito bem recebida e apoiada pelos colegas e chefes na época.” Apesar de muito nova, também já tinha experiência laboral, pois teve o seu primeiro emprego na loja de fotografias dos Perestrelos, no antigo hotel Savoy.

Adaptou-se bem à empresa, mas recebeu mal uma mudança que lhe impuseram poucos anos depois: a passagem para a tesouraria, na altura chefiada pelo Sr. Miranda. “Foi difícil, mas tive de me habituar e passados todos estes anos, aqui continuo de pedra e cal nestas funções que já fazem parte de mim.”

Entrar nos portos nos anos 80 significou acompanhar toda a evolução da própria empresa e da administração regional. Judite Aguiar da Tesouraria passou para a Contabilidade e depois, para a Facturação, onde ainda trabalha. Recorda esses primeiros anos, “quando se contava o dinheiro à mão e metia-se num envelope, era assim que se pagavam os ordenados.”

Helena Matos refere que “houve tantas mudanças! Inicialmente, eram mapas com inúmeras colunas, preenchidos à mão, recibos, caixa, tudo era feito manualmente. Máquinas de somar e registar de manivela, ainda fizeram parte do meu dia a dia. Gradualmente foram introduzidas máquinas elétricas, computadores e agora sistemas que nos ajudam a uma maior rentabilidade e fiabilidade.”

Judite Aguiar recorda-se ainda da “Joaquina”, uma máquina de escrever que muita gente gostava.

Ao longo destes anos, houve muito trabalho, alguns choros, muitas alegrias e muitas adaptações, nem sempre fáceis, afirma Helena Matos. “Tivemos que lutar, persistir, para obter resultados. Mas o saldo é positivo e estou grata pela oportunidade que me deram na altura, de fazer parte dos funcionários públicos da RAM.”

São 37 anos dedicados aos Portos da Madeira. “Uma vida”, diz Judite Aguiar que no “Dia do porto” recordou sobretudo, “os colegas que já foram e os tempos em que estiveram todos juntos. Valeu a pena!”

 

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