Em maio, de 2017, viajei pela primeira vez, a bordo de um navio ferry de passageiros com propulsão a gás natural, entre Tallin e Helsinquia. Não era coisa pouca, 212 m de navio para 2800 passageiros.
Entre as múltiplas palestras de elevadíssima qualidade realizadas durante a viagem de ida e volta num total de quatro horas, a minha mente começou a rebobinar o filme até agosto de 2011, quando o Dr. Bruno Freitas, então Presidente do Conselho de Administração da APRAM, me desafiou a colaborar para que a Madeira fosse um centro de abastecimento de gás natural a navios no Atlântico.
Desde esse infernal dia de agosto, em Roma, reunido com técnicos de elevadíssima qualidade das instalações do Ministério do Mar italiano, com o ar condicionado avariado para darmos início ao projeto “Costa”, sob o patrocínio do Cte Anselmo Laranjeira, até aquela viagem no “Megastar”, tantas lutas, tanta evolução, tantos mitos desfeitos e uma conclusão…. o mito do ovo e da galinha para o LNG, já era!
Navegar a gás natural, é bom, é ambientalmente correto e dá milhões.
Enquanto engenheiro de máquinas havia para mim algumas coisas que caracterizavam um navio, entre elas, o balanço, as vibrações, o ruído, o cheiro e a gordura na casa da máquina. Navegar no “Megastar” destruiu todas as certezas e criou outra…navegar a gás natural é navegar nas nuvens.
Com a sua participação nos projetos “Costa” e “Gainn”, a APRAM acompanhou o pelotão da frente para implementação do LNG para navios nos arquipélagos do Atlântico.
A partir de agora cabe aos políticos materializar os projetos de Gás Natural, para que a história da Madeira enquanto plataforma logística, se renove, reforce e que os navios de cruzeiro e todos os que atravessam o Atlântico nos continuem a visitar.
Por uma Madeira verde e sustentável, viajemos nas nuvens…
Obrigado, Admirável Mundo Novo!